Capitulo 2: O macaco assassino mutante dos esgotos
Os três pulam em poças de esgoto com o bebê, reconfortados por saber que o peido ainda não havia se alastrado pelos esgotos de Detroit. O cheiro era quase insuportável, mas não sufocante igual ao da superfície, assim sendo se moveram com base no gps ainda funcional do telefone satélite. O som de pessoas pelos túneis ecoava, tentando não fazer barulho eles evitam os mesmos com passos leves e furtivos, pois grande parte dos mesmos são acompanhados por gritos e urros inomináveis.
- Então, Holowitz... – Diz Cam com uma voz acusadora. – Se vai participar da nossa equipe... vai ter que nos dizer o que exatamente você sabe... Como assim o acelerador já foi usado? E o que é isso de partícula qzar ou sei lá, Qwr.
- Partícula Qwr... O inicio de todo esse pesadelo. – Diz o Doutor acalmando o bebê. – Bom, acho que é justo vocês saberem. A história começa em 2009...
25 de fevereiro de 2009. Estava em uma viagem de carro para visitar a antiga casa de minha mãe, lá enquanto eu ajudava a mesma que já é de idade a arrumar a casa, eu encontrei um trabalho de meu pai que Deus o tenha... Enfim, seu trabalho era sobre a criação de um elemento novo na tabela periódica, o primeiro metal superpesado estável. Apesar de não ter feito nada de grandioso em sua vida acadêmica, o trabalho era formidável, mesmo arrumando os erros de cálculo o elemento continuava a se manter na formação. Passei anos refinando o trabalho de meu pai até ter certeza que funcionária. Em 2015 publiquei minha tese e em 2016 consegui auxilio da CERN para trabalhar no elemento com o grande Colisor de Hádrons, o maior acelerador de partículas do mundo antes... antes do meu claro. Enfim, realizei vários e vários experimentos, não consegui alcançar o supermetal mas o que consegui foi ainda mais espetacular... registramos uma partícula totalmente incompatível com as leis da física quântica e da clássica, a partícula Qwr, a primeira matéria exótica do mundo e talvez de nosso universo. Antes que eu pudesse publicar a notícia para a comunidade cientifica, fui abordado por agentes da CIA que me levaram até uma base militar junto a minha equipe de pesquisa, cuja a localização eu não conheço. Lá o governo americano propôs total confidencialidade do projeto, em troca de um investimento absurdo em qualquer projeto que me dispusesse a fazer, em troca de claro... Armas. O meu dever como cientista seria obviamente negar, mas o dinheiro poderia avançar o progresso cientifico em décadas, sem pensar muito eu e toda minha equipe concordamos com o governo. No ano seguinte estávamos trabalhando com a Nasa em um projeto de foguete, centenas de cientistas dedicados inteiramente ao buraco de minhoca, a tecnologia que tiraria a humanidade do sistema solar para os muitos mundos do universo... E deu certo, mandamos uma nave daqui para júpiter em segundos, no entanto enquanto se movia, notamos que o buraco de minhoca rapidamente se conectava a outro mundo, e tinha algo que veio deste lugar, algo vivo. Realizamos uns testes com os microrganismos e descobrimos algo promissor, o MAKon-3 como foi batizado, era uma criatura simbiótica como jamais vista, não só era extremamente adaptativa como adaptava seu hospedeiro a sobreviver basicamente sob qualquer condição adversa, o MAKon-3 havia criado a fórmula para o supersoldado, e isso foi o que nos rendeu o grande acelerador de Detroit.
- Deixa eu adivinhar, ligaram essa coisa pra conseguir mais destes microrganismos e trouxeram a bundona gigante? – Perguntou Balofoide.
- Basicamente, quando trouxemos a coisa com mais concentração de MAKon-3 eu não sabia que essa coisa seria uma bunda gigante habitada por milhares de... eu nem sei o que era aquilo.
-Então, se a bunda tá cheia dessa bactéria, como vamos destruir ela?
- Não vamos. – Disse Holowitz, a bactéria vai conseguir regenerar qualquer ataque direcionado contra ela, e ficar mais resistente. Nossa melhor chance no acelerador de partículas é usar a partícula Qwr pra mandá-la de volta.
Os sons inomináveis se espalham e ficam mais fortes, se aproximando e aproximando. Os três passam a correr enquanto Holowitz acalma o bebê. Corredores vão e vem quando repentinamente o barulho cessa. Os três resolvem manter a calma, ainda que com cautela, prosseguindo por mais alguns minutos a fio. Sons de bolhas se formam, do lodo raso dos esgotos surge uma imensa forma negra de 2 metros, lançando Cam contra a parede em somente um golpe.
- MAS O QUE... O MOLEQUE... – Holowitz abraça o bebê, que começa a chorar.
A figura negra é um gorila de 3 metros, grande o bastante para ficar apertado nos túneis de esgoto, incapaz de lutar em seu esplendor máximo. Seus olhos eram brancos e não continham vida, sua carne semi exposta, apodrecia e regenerava em ritmo constante, de forma que o mesmo sempre estava a vazar carne liquefeita de seus orifícios. Em sua cabeça dezenas de minhocas esquisitas, cores azul-escuro. O macaco se prepara para desferir um segundo golpe, mas é atrasado pelo seu enorme tamanho, assim dando tempo de Holowitz e balofoide fugirem do ataque, levantando Cam e fugindo do macaco, que prepara sua investida contra suas presas.
- MACACO ZUMBI, MACACO ZUMBI! – Gritava Vinícius desesperado.
Conforme eles corriam, o choro do bebê guiava o macaco entre as vielas, eventualmente o vigor dos pobres condenados diminuíam, enquanto o macaco permanecia constante, alcançando-os. Cam encontra uma barra de ferro, provavelmente de um pilar velho, meio enferrujada porém pontuda o bastante para atacar o macaco.
- PRECISAMOS SEGURAR ELE! NÃO PARA DE CORRER DOUTOR, NÃO PARA. – Cam interrompe sua corrida, seguido de balofoide, os dois observam a silhueta do macaco rapidamente tomando forma.
Balofoide distrai o macaco, se esquivando e alguns golpes, no entanto repentinamente o tamanho do macaco se reajusta, com o tamanho de suas larvas ficando significativamente menores, assim sendo um murro é acertado em balofoide. Prestes a ser pisoteado pelo símio, Vinicius é salvo por Cam, que enfia o pedaço de ferro no coração da fera e, graças a carne podre, remove o mesmo de seu corpo. Os óculos de Chavito estão cada vez mais danificados, sendo que graças ao murro do caco, a integridade das lentes servia de muito pouco para enxergar, ainda sim era melhor do que estar sem.
- Desculpa a demora, o bicho podia ter arrebentado você todo...mas eu precisava ter certeza.
- Tranquilo eu acho... o negócio é só esse óculos. – Enquanto tentava forçar a vista para ver um pouco melhor, silhuetas tremulavam ao fundo, logo tomando novamente a forma de um macaco. – MACACO DO BIOMBO!
- que? – o Jovem vietnamita é acertado por um soco repentinamente. Perdendo a consciência e possivelmente, ossos.
Balofoide, encostado na parede, a apalpa buscando apoio para sua fuga, no entanto o macaco é impiedoso, puxando sua perna e o arrastando pelas águas sujas do esgoto. Quando se deu por satisfeito, o macaco pegou seu pescoço e passou a apertar, não sendo o suficiente, o lançou contra a agua, o afogando até que perdesse totalmente o folego. A visão de balofoide escurece, e ele perde todos os sentidos.....
- Que pesadelo horrível não é mesmo? – Uma voz acolhedora e reconfortante o guia de volta a si.
Enxergando perfeitamente, balofoide se vê em uma sala de tons azuis, cobertas de livros e estantes até onde a visão alcança. A sua frente uma grande mesa com um saco de balinhas, e uma bela e jovem mulher vestindo Branco.
- Eu morri pro macaco?
- Não, mas vai morrer logo... coitadinho, deixado no meio disso tudo sem um guia das umbras, sozinho contra o inominável. Escondidos das brumas pelo horror de um ser desconhecido...
-Quem é você? – Balofoide se vê também sem feridas e limpo, com os óculos de seu rosto reparados.
- Eu sou Mary Wollstonecraft, uma energia terrível impede que Platão e a velvet-room convencional se conecte ao nosso mundo. Entretanto como uma serva das brumas, farei o papel de guia em sua jornada.
A mulher se levanta da cadeira onde está, e caminha até balofoide carregando um desenho. O desenho assinado com o nome Kim, retrata um homem chines de barba longa, cabelos e unhas compridos, além de uma face nefasta. Em sua legenda estava ecrito: Zalgo o imperador. Após isso, uma marca aparece em sua mão direita, brilhando em tons azuis muito fracos, como se lutasse para não se apagar.
- Perdoe-nos, fácil... é a missão de vários, mas não será seu caso, pra você infelizmente vai ser difícil. Tema o homem que está nessa imagem, pois ele não se compara a nada que seu mundo enfrentou previamente. Zalgo o imperador, irmão de Tao-Lin, sacrificará vocês em poucas horas... Tome o poder de Tao Lin e retorne Zalgo a sua prisão...
Uma luz amarela e muito forte cega a vista de Vinícius, quando ele passa a enxergar novamente, ainda está com suas vestes e óculos reparados e feridas curadas, mas está frente a fera símia, que de algum modo se transformou em pedra... Renovado, balofoide coloca Cam e suas costas, e parte pelo caminho tomado por Holowitz.
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